A tecnologia no descarte de painéis solares: realidade e perspectivas

 

A energia gerada pelo uso de painéis solares é limpa, isto é, seu uso não gera gases do efeito estufa e a maioria das instalações tem impacto nulo no meio ambiente, diferentemente das hidrelétricas.

Por outro lado, o processo de produção dos painéis solares apresenta impactos:

  1. A energia gasta para a fabricação dos painéis; contudo em 2,5 anos de geração de energia ocorre a compensação;
  2. A extração e o tratamento do silício; nesse caso as fabricantes devem se responsabilizar pela diminuição de danos ambientais e tratamento adequado dos resíduos.

Mas e quanto ao descarte? Já parou pra pensar para onde vão as placas depois de 25-30 anos de uso? Ou os painéis danificados ou com defeitos de fabricação?

Essa é uma questão importante para o planeta. Hoje a quantidade de resíduos de painéis solares é da ordem de 250 mil toneladas e serão 78 milhões de toneladas por volta de 2050 (Agência internacional de Energia Renovável).

Classificação e alternativas de descarte

Os painéis solares pertencem à categoria de lixo eletrônico e ao serem descartados no solo levam toxicidade para todo o ecossistema.

Uma alternativa provisória ao descarte no solo é o envio de equipamentos velhos, mas em condições de uso para países com menor poder aquisitivo. Isso porque a reciclagem se mostrou pouco vantajosa economicamente.

Reciclagem

Os painéis solares possuem em sua composição prata e a recuperação desse metal poderia compensar os custos com a reciclagem, porém a quantidade da prata vem diminuindo para baratear e democratizar o acesso à energia solar. Essa redução nos custos de produção de painéis solares, portanto, é benéfica por ampliar a matriz energética nos países, mas por outro lado tornou o custo da reciclagem muito caro, o que aumenta as chances deste material ser descartado em aterros sanitários.

Nos EUA, o Instituto de Pesquisa de Energia Elétrica propôs o armazenamento dos painéis até o momento em que a tecnologia da reciclagem seja otimizada para esse produto. Em Washington os fabricantes de painéis solares são obrigados a terem um plano de reciclagem.

A boa notícia é que na Europa foi inaugurada a primeira usina de reciclagem de painéis solares.

Usina de reciclagem

Em julho de 2018, na França, a Veolia e a PV CYCLE abriram a primeira usina de reciclagem de painéis solares. Todos os componentes são separados e reciclados e somente após esse processo são encaminhados para setores que utilizam esses materiais. O vidro retorna para a indústria do vidro, o silício para o ramo dos metais preciosos e uma mistura de grânulos proveniente de cabos e conectores pode ser usada para fabricar novos cabos e componentes eletrônicos.

O objetivo é que 95% do material possa ser reciclado.

No link é possível acessar o vídeo do processo de reciclagem na Veolia: https://youtu.be/PaUlSZ2biI8

Reciclagem no Brasil

A multinacional, Veolia, está presente no Brasil, mas entre os serviços oferecidos não figura a reciclagem de painéis solares.

Esse, portanto, é um campo de oportunidades no país que pode gerar ainda mais empregos no setor de energias renováveis.

 

Por J.S. marketing@spinsolar.com.br

Revisão D.G. comunicacao@spinsolar.com.br

Referências: https://bluevisionbraskem.com/inovacao/descarte-de-paineis-solares-pode-ser-problema-no-futuro-proximo/

https://www.forbes.com/sites/jeffmcmahon/2018/09/04/innovation-is-making-solar-panels-harder-to-recycle/#32bc15844c0a

https://www.livingcircular.veolia.com/en/industry/first-recycling-plant-europe-solar-panels

https://www.veolia.com.br/node/1311/webform/confirmation?token=2qlRYrw580PiqsPrH-iZFz9kgXP2jje_rIZdEpW8Fag

Foto: Martin Konopka/EyeEm em: https://www.livingcircular.veolia.com/en/industry/first-recycling-plant-europe-solar-panels

 

 

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